Madrid, Salón
Partindo da ideia de jogo como um modo de pensar, praticar, fazer, expor e viver a arte, comum a todos os espaços e agrupamentos informais, o coletivo Campanice propõe-se a desenvolver uma série de peças que transformem o chão do Salón num grande tabuleiro, no qual peões, casas, metas e regras se entrelaçam e confundem, tal como acontece no mundo real.
A noção de tabuleiro xadrez que aparece no campo expositivo através da grelha do chão, enquadra os movimentos informais do ambiente de estúdio, as conexões prévias e as viagens de espaço para espaço, as pausas para convívio e as acesas discussões sobre o que motiva a criação. Há uma estranheza inerente ao recomeço, de cada mesa de aposta, de cada sala de exposição. O jogo tem tanto de leveza quanto de desafio, tem tanto de cálculo como de acaso lunar e, neste novo contexto, nova cidade e novo país, os dados têm de ser lançados com sopro coletivo.
Campanice é um coletivo de artistas reunido de forma circunstancial e informal desde 2016 num espaço de estúdio partilhado no Porto. Este grupo é composto por onze membros – ACCA (André Covas & Carmo Azeredo), Carlos Mensil, Carolina Grilo Santos, Diana Geiroto, Francisco Venâncio, Francisco Moura Relvas, Jorge Lourenço, Patrícia Geraldes, Paulo Mariz e Rúben Fernandes) – e caracteriza-se, sobretudo, pelos trabalhos autónomos e diferentes linguagens, aliados aos pontos de contacto e afinidades que se vão estabelecendo por meio da amizade e convivência.