Afonso Cruz é escritor, realizador de filmes de animação, ilustrador e músico português. Nasceu na Figueira da Foz, Portugal, em 1971. Durante vários anos, viajou pelo mundo e visitou mais de sessenta países. Compõe canções e toca com a sua banda, The Soaked Lamb.
O seu primeiro livro, A carne de Deus, foi publicado em 2008. Pouco tempo depois, recebeu o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco da Enciclopédia da Estória Universal. No ano seguinte, ganhou o Prémio Maria Rosa Colaço com o romance Os livros que devoraram o meu pai. Em 2010 publicou A contradição humana, um livro infantil com texto e ilustrações do autor.Com A boneca de Kokoschka (2010), alcançou o reconhecimento internacional e o Prémio da União Europeia para a Literatura, e o seu romance Jesus Cristo bebia cerveja foi considerado o Melhor Livro do Ano em 2012 pela Time Out Lisboa e pelos leitores do jornal Público.
Alfonso Armada (Vigo, 1958) é um jornalista, escritor, dramaturgo e poeta espanhol. Na sua carreira de jornalista, cobriu conflitos como o cerco de Sarajevo e o genocídio no Ruanda. Foi correspondente em África do El País durante cinco anos e, de 1999 a 2005, correspondente em Nova Iorque do diário ABC. É também autor e director de teatro de peças como Carmencita jugando, Sin Maldita Esperanza e La edad de oro de los perros. Dirigiu o Mestrado ABC e o suplemento ABC Cultural. É editor e diretor da revista digital fronterad. Entre novembro de 2017 e 2021, foi presidente da secção espanhola dos Repórteres Sem Fronteiras, sendo substituído pelo jornalista Alfonso Bauluz. Os seus últimos livros são Cuánto pesa una cabeza humana, Cuaderno de viaje al país natal, El arte de la entrevista e El misterio de Vega Sicilia.
Antonio Sáez Delgado é Professor Catedrático da Universidade de Évora, onde dirige a Cátedra de Estudos Ibéricos, tradutor, crítico e escritor. Especialista nas relações literárias entre Portugal e Espanha, publicou numerosos livros e artigos sobre o tema, o último dos quais é Literaturas entrelazadas. Portugal y España, del modernismo y la vanguardia al tiempo de las dictaduras (2021). Traduziu para espanhol um número significativo de obras de alguns dos nomes mais importantes da literatura portuguesa, como Fernando Pessoa, José Saramago e António Lobo Antunes. É colaborador regular do Babelia, o suplemento de cultura do jornal El País, e diretor da Suroeste. Revista de literaturas ibéricas. Em 2008, recebeu o prémio de tradução Giovanni Ponteiro e, em 2014, o Prémio Eduardo Lourenço de Estudos Ibéricos.
Barbara Fraticelli é professora de Filologia Galega e Portuguesa, e diretora do Departamento de Estudos Românicos, Franceses, Italianos e de Tradução da Universidade Complutense de Madrid. É coordenadora do Seminário de Estudos Lusófonos e dirige o Grupo de Investigação Vozes Africanas (GIVA) da mesma universidade, dedicado ao estudo das literaturas e culturas africanas numa perspetiva interdisciplinar. As suas linhas de investigação centram-se nas literaturas de língua portuguesa, nas literaturas românicas comparadas, na literatura de viagens e na imagem da cidade na literatura e na arte.
Cristina Carvalho nasceu em Lisboa, em 10 de novembro de 1949. Publicou o seu primeiro livro, Até Já Não É Adeus, em 1989. É filha do professor e poeta Rómulo de Carvalho (António Gedeão) e da escritora Natália Nunes.Publicou contos em várias revistas e jornais. Em março de 2009, publicou o romance O Gato de Uppsala, na Sextante Editora, livro selecionado para o Plano Nacional de Leitura.
Dulce Maria Cardoso publicou os romances Eliete (2018, livro do ano, entre outros, no Público, Expresso e no JL, Prémio Oceanos e finalista do Prémio Femina), O Retorno (2011, Prémio Especial da Crítica e livro do ano dos jornais Público e Expresso), O Chão dos Pardais (2009, Prémio PEN Clube Português e Prémio Ciranda), Os Meus Sentimentos (2005, Prémio da União Europeia para a Literatura) e Campo de Sangue (2001, Prémio Acontece, escrito na sequência de uma Bolsa de Criação Literária atribuída pelo Ministério da Cultura).
Os seus romances estão traduzidos em várias línguas e publicados em mais de duas dezenas de países. A tradução inglesa de O Retorno recebeu, em 2016, o PEN Translates Award. Em 2012, recebeu do Estado francês a condecoração de Cavaleira da Ordem das Artes e Letras.
Filipa Leal nasceu no Porto, Portugal, em 1979. Tem 13 livros publicados (desde 2003), entre os quais «A Cidade Líquida» e «Vale Formoso» (ed. Deriva), ou os mais recentes «Vem à Quinta-feira» e «Fósforos e Metal sobre Imitação de Ser Humano» (ed. Assírio & Alvim), ambos finalistas do Prémio Correntes d’Escritas e Semi-Finalistas do Prémio Oceanos. Está editada em Espanha («La Ciudad Líquida», ed. Sequitur, Madrid, 2010); na Colômbia («En los días tristes no se habla de aves», ed. Tragaluz, Medellín, 2016); e em França (com a plaquete “La Ville Oubliée”, ed. Cahiers de l’Approche, Angoulême, 2021). Em 2022, saiu a sua primeira edição no Brasil («A Cidade Líquida», ed. Moinhos, Belo Horizonte, 2022).
Poeta, jornalista e argumentista (destaque para o guião do filme “Jogo de Damas”, com a realizadora Patrícia Sequeira – Prémio de Melhor Guião nos Festivais de Cinema do Chipre e de Copenhaga), apresenta atualmente, com Pedro Lamares, o programa de literatura “Nada Será Como Dante” na RTP2.
Gonçalo M. Tavares nasceu em 1970. Desde 2001 publicou livros em diferentes gêneros literários, traduzidos em quase 60países.
Os seus livros receberam vários prêmios em Portugal e no estrangeiro.
Com Aprender a rezar na Era da Técnica recebeu o Prix du Meuilleur Livre Étranger 2010 (França), prêmio atribuído antes a Robert Musil, Orhan Pamuk, John Updike, Philip Roth, Gabriel García Márquez, Salman Rushdie, Elias Canetti, entre outros.
Alguns outros prêmios internacionais: Prêmio Portugal Telecom 2007 e 2011 (Brasil), Prêmio Internazionale Trieste 2008 (Itália), Prémio Belgrado 2009 (Sérvia), Grand Prix Littéraire du Web – Culture 2010 (França), Prix Littéraire Européen 2011 (França).
Foi por diferentes vezes finalista do Prix Médicis e Prix Femina.
Uma Viagem à Índia recebeu, entre outros, o Grande Prêmio de Romance e Novela APE 2011.
Os seus livros deram origem, em diferentes países, a peças de teatro, dança, peças radiofônicas, curtas-metragens e objetos de artes plásticas, dança, vídeos de arte, ópera, performances, projetos de arquitetura, teses acadêmicas, etc.
Autor de mais de 40 títulos, José Saramago nasceu em 1922, na aldeia de Azinhaga.
As noites passadas na biblioteca pública do Palácio Galveias, em Lisboa, foram fundamentais para a sua formação. «E foi aí, sem ajudas nem conselhos, apenas guiado pela curiosidade e pela vontade de aprender, que o meu gosto pela leitura se desenvolveu e apurou.»
Em 1947 publicou o seu primeiro livro que intitulou A Viúva, mas que, por razões editoriais, viria a sair com o título de Terra do Pecado. Seis anos depois, em 1953, terminaria o romance Claraboia, publicado apenas após a sua morte. No final dos anos 50 tornou-se responsável pela produção na Editorial Estúdios Cor, função que conjugaria com a de tradutor, a partir de 1955, e de crítico literário. Regressa à escrita em 1966 com Os Poemas Possíveis. Em 1971 assumiu funções de editorialista no Diário de Lisboa e em abril de 1975 é nomeado director-adjunto do Diário de Notícias.
No princípio de 1976 instala-se no Lavre para documentar o seu projecto de escrever sobre os camponeses sem terra. Assim nasceu o romance Levantado do Chão e o modo de narrar que caracteriza a sua ficção novelesca. José Saramago recebeu o Prémio Camões em 1995 e o Prémio Nobel de Literatura em 1998.
Escritora, licenciada em Filosofia, ligada à RTVE desde 1987. Diretora da Radio 3 entre 2008 e 2012, apresenta atualmente Músicas Posibles nos fins-de-semana na RNE. Publicou os livros de poemas Antología de bolsillo (Ed. Liliputienses), Derivas (PUZ), Insectos (Papeles Mínimos) e a novela Óxido (Xordica).
Lídia Jorge publicou o seu primeiro romance, O Dia dos Prodígios, em 1980, a que se seguiram outros títulos. Mas foi com A Costa dos Murmúrios (1988), um livro que reflete a experiência da guerra colonial em África, que o seu nome se confirmou no panorama das letras portuguesas. Vários outros romances colocaram-na entre os autores europeus de referência. Romances como O Vale da Paixão (1998) ou O Vento Assobiando nas Gruas (2002) conferiram-lhe os mais importantes prémios nacionais, como O Prémio de Ficção do PEN Clube, o Prémio D. Dinis da Casa de Mateus, ou o Grande Prémio de Romance da Associação Portuguesa de Escritores. Os seus livros estão publicados em diversas línguas. Entre os prémios internacionais, destacam-se o Prémio Jean Monet, Escritor Europeu do Ano 2000; a primeira edição do Prémio Albatroz da Fundação Günter Grass pelo conjunto da sua obra; o Prémio de Cultura Luso-Espanhol atribuído em 2015; ou ainda o Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas, Guadalajara, em 2020. Em 2014, publicou Os Memoráveis e, em 2018, Estuário, um romance sobre a vulnerabilidade da Terra. Seguiram-se O Livro das Tréguas (poesia, 2019) e Em Todos os Sentidos (crónica, 2020). No final de 2022, foi publicado o livro com o título de Misericórdia.
Licenciado em Filosofia, e Diploma de Estudos Avançados na área da Filosofia e do Cinema. Recebeu também formação teatral no Centro Internacional de Teatro Complutense e na Fundação Shakespeare. Para além de distribuidor de filmes, foi coordenador do Departamento de Cinema do Círculo de Bellas Artes de Madrid, coordenador do Cineclube Multimédia, coordenador e programador da Semana de Cinema Experimental de Madrid e, em 2007, fundou a empresa Lince Comunicación, especializada na gestão e promoção de projetos de cinema, teatro e cultura. Ministrou workshops e cursos monográficos sobre cinema e gestão cultural em várias universidades nacionais e internacionais em países como a Alemanha, Dinamarca, Finlândia, entre outros.
Nasce em Lisboa em 1983. Cresce com a determinação de querer ser arquiteta, e por esse motivo entra para a Faculdade de Arquitetura de Lisboa em 2002. Mas foi a experiência com crianças em ateliers de expressão plástica, conjugada com a influência da coleção de livros infantis da mãe que a faz trocar as voltas e mudar-se para Barcelona em 2006 para estudar ilustração. Passou pelas escolas Joso, Massana e Espai Francesca Bonnemaizon, construindo um percurso enriquecedor que lhe proporcionou o convívio de perto com o universo da ilustração. Ainda em Barcelona, começa a trabalhar como ilustradora e designer gráfica freelancer.
Em 2012 regressa a Lisboa, e desde aí já teve a oportunidade produzir trabalho em que conjuga a ilustração ao design gráfico em diversos suportes. Entre outros, colabora regularmente com o Hot Clube de Portugal e com prestigiados músicos de jazz, na elaboração de cartazes e cds. Fez ilustrações para a Presidência da República, FNAC, editora colibrí, Diário de noticias, Câmara municipal do Barreiro e Egeac.
Já expôs as suas ilustrações em exposições coletivas em Espanha e Portugal. Em 2013 apresentou a sua primeira exposição individual intitulada “Folha a Folha” em Lisboa.
Nasceu em Elda, Alicante, em 1973. É autora das coletâneas de poesia: El sentido de este viaje, Menos miedo (Prémio Carmen Conde e semi-finalista do Prémio Ausiàs March para o melhor livro de poesia de 2012), La hija e Diarios de la alegría. Os seus versos integram antologias e publicações espanholas e latino-americanas, e foram traduzidos para o romeno, português e italiano. Atualmente, trabalha como professora de literatura em Madrid, colabora como crítica literária e dá seminários de poesia em diferentes instituições. É membro da Associação Genialogías, que trabalha para dar visibilidade às mulheres poetas.
Matilde Campilho nasceu em Lisboa em 1982. Escreveu dois livros: Jóquei (2014, poesia) e Flecha (2020, histórias curtas). Ambos estão publicados em Portugal e no Brasil. O trabalho de Matilde apareceu também em publicações como Granta, Luvina, New Observations, Berlin Quarterly, Bat City Review, The Common, St. Petersburg Review, GQ Portugal, Público ou Folha de São Paulo. Vive e trabalha em Lisboa, onde é locutora e co-autora de um programa de rádio.
Mercedes Monmany, crítica literária e ensaísta especializada em literatura contemporânea e europeia em particular, foi também editora e consultora editorial. Atualmente, é membro de vários conselhos editoriais de revistas culturais como Revista de Libros, Sibila e Revista de Occidente. Há décadas que escreve continuamente para revistas e suplementos literários espanhóis, bem como para publicações estrangeiras. Chevalier des Arts et des Lettres da república francesa e Cavaliere dell’Ordine della Stella d’Italia, publicou uma trilogia europeia composta pelos livros Por las fronteras de Europa, Ya sabes que volveré e Sin tiempo para el adiós. Exílios e emigrantes na literatura do século XX (todos publicados pela Galaxia Gutenberg).
Tereixa Constenla (Arca, A Estrada, Pontevedra, 1968). Correspondente do EL PAÍS em Lisboa desde julho de 2021. Anteriormente, foi diretora da secção de Cultura do mesmo jornal e editora do Babelia. Iniciou a sua carreira profissional na Andaluzia, onde trabalhou no jornal Ideal de Almería e, mais tarde, na edição andaluza do EL PAÍS como repórter de assuntos sociais. Em 2021, publicou o livro Cuaderno de urgencias, editado pela Siruela.
Vicente Araguas (Xuvia-Neda, Corunha, 1950), tradutor de “El primo Basilio” (Sial/Pygmalion), é doutorado em Filologia Inglesa, professor e escritor. A sua obra literária centra-se, sobretudo, na poesia e na narrativa. Como poeta, a sua mais recente obra em castelhano é Basilio de Brito ha vuelto a Lisboa, traduzida para português por Viale-Moutinho. Para além de Eça de Queiroz, Araguas traduziu para espanhol o próprio Viale, Nuno Júdice, Mário Cesariny e Vinicius de Moraes. Talvez o seu trabalho mais notável seja a seleção e tradução de dezassete poetisas portuguesas na antologia Sombras de porcelana brava (Vaso Roto).
Vicente Araguas entrevistou Agustina Bessa Luis para a revista Leer e apresentou-a no Círculo de Bellas Artes, juntamente com Inês Pedrosa e José Luis Peixoto. Tendo feito o mesmo, também em Madrid, com o poeta Barreto Guimarães.
Vicente Araguas é, no sentido mais lato, um lusófilo.
Zeferino Coelho, editor do Prémio Nobel José Saramago e de oito Prémios Camões (os cabo-verdianos Arménio Vieira e Germano de Almeida, os moçambicanos José Craveirinha, Mia Couto e Paulina Chiziane, o angolano Luandino Vieira e, em Portugal, José Saramago e Sophia de Mello Breyner Andresen), é uma figura central da cultura portuguesa, pela sua atividade ao longo de mais de 50 anos em prol da literatura em língua portuguesa. Começou a trabalhar como editor em 1969, na Editorial Inova, onde permaneceu até 1971. Em 1977, ingressa na Editorial Caminho, onde se mantém desde então. Publicou Saramago pela primeira vez em 1980, Levantado do Chão, e foi seu editor até 2014. Em 2019, Zeferino Coelho foi condecorado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a insígnia de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e, no mesmo ano, foi homenageado na Feira do Livro de Leipzig, na Alemanha.